Ladrões de Livros




As primeiras bibliotecas romanas foram formadas por saques de toda a Grécia.

Na Idade Média, o livro era um objeto raro e luxuoso, que praticamente só era encontrado nos mosteiros. É evidente que analfabetos não roubariam os livros, se assim fosse não saberiam exatamente seus valores, mas como sabemos naquela época ter um livro era privilégio de poucos. De 1455 a 1500 foram produzidos os mais belos incunábulos. Ladrões de livros nesta época eram verdadeiras pragas. E a arma mais usada para combatê-los eram as maldições. O mosteiro de St. Máximim ameaçava os ladrões com pragas parecidas com as de Judas e Pilatos. As penas mais graves eram a excomunhão e a possibilidade de ter o nome riscado do Livro da Vida.

Na Renascença, com a larga impressão de livros, estes não eram mais objetos tão cobiçados. No entanto, a sede do conhecimento fez com que as bibliotecas tivessem muito trabalho no policiamento.

Parece-nos que a religião cristã sempre foi veemente contra tais atos, sendo que o papa Benedito XIV lançou uma bula em 1752, excomungando quem roubava livros, tamanha era a praga. Os clérigos eram os maiores ladrões de livros, entre os mais famosos estavam o Cardeal Pamfilio, que se tornou o papa Inocente X e o Pastor Tinius. Abaixo dos clérigos, os estudantes. Mas, acima de todos, a profissão que mais formou ladrões de livros foi sem dúvida a dos bibliotecários.

No entanto, o maior ladrão de livros de todos os tempos foi Guglielmo Bruto (1803-1869), o famoso conde Libri, que por sete anos roubou e vendeu obras raras. Com a Revolução de 1848, foi descoberto e fugiu para a Inglaterra com dezoito caixas de livros roubados, avaliados em 25 mil libras, uma pequena fortuna para época. Em 1850, foi condenado a dez anos de prisão e morreu preso e pobre na Itália, em 1869.

Autor: Fernando Mustafá
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