Diante de tanta diversidade, Charles S. Peirce classificou-os os signos em três espécies relacionados a semiose: os índices, os ícones e os símbolos.
a) Índice – É um signo incompleto porque sugere sem afirmar ou representar completamente. O índice é um signo que representa o seu objeto por relação de causa e efeito, casualidade ou consequência. Isto equivale a dizer que existe uma relação direta entre o índice e o seu objeto, ou que o índice foi causado pelo seu objeto. Também podemos entender que o índice não oferece ambiguidades. Todas as sugestões são índices. Logo o índice são signos indicativos. Representam algo que não está presente e esta representação decorre de uma relação de causalidade.
Exemplos:
• Fumaça (indica a presença de fogo, pois foi o fogo que a causou).
• Rastro de pneus (indica que algum automóvel passou por ali).
• Som de chamada do celular no momento em que estiver tocando (indica que há uma chamada sendo feita).
• Céu com nuvens escuras (indica que poderá chover).
• Ruas molhadas (indica que choveu ou alguém molhou a rua).
b) Ícones – Um signo que representa o seu objeto por relação de similaridade, ou traços de semelhança. O ícone possui algumas qualidades que se assemelham às qualidades daquilo que representa, sendo que as relações de semelhança podem ser de diferentes níveis. É um signo elementar que tem como significado direto a imagem que representa. Possui leitura imediata.
Portanto, não existe distinção entre o representante e o objeto - o representado. O ícone representa o que representa, seja como for, pelo fato de ser como é. Representa por característica própria que possui, mesmo que seu objeto não exista. As imagens, em geral, são ícones.
Exemplos:
• Placas de banheiro masculino com desenho (representa uma pessoa porque tem alguns traços de semelhança visual com ela).
• A imagem da lixeira, na área de trabalho do seu computador, representa a lixeira porque é de fato, a figura de uma lixeira tal como nos é possível reconhecê-la.
• Placas com desenho de garfo, faca e prato (pode representar iconicamente um restaurante, uma lanchonete ou algo similar, porque têm alguns traços de semelhança visual com estes ambientes).
• Sorvete de morango (representa iconicamente o morango, porque tem alguns traços de semelhança gustativa com o morango).
• Placa com desenho de cesto de lixo (representa iconicamente um local para o lixo, porque possui alguns traços de semelhança com a cesta de lixo).
c) Símbolo – É um signo que representa o seu objeto por convenção, arbitrariedade ou pacto coletivo. Logo um símbolo depende de um acordo prévio entre as pessoas (consciente ou não) para ser reconhecido. O símbolo não depende de semelhanças ou vinculações diretas com o objeto que representa, pode surgir naturalmente.
Exemplos:
Seu exemplo clássico: letras, palavras.
Também são símbolos figuras, objetos, gestos, quando remetem a uma ideia ou a uma significação que não tem, necessariamente, qualquer semelhança objetiva com o aquilo que simbolizam.
• a cruz simbolizando o Cristo;
• os dedos em V para dizer "paz e amor";
• bandeira branca, indicando paz;
• logotipo (representa simbolicamente uma empresa, uma pessoa, um serviço, um conceito, porque foi divulgado assim);
• gosto azedo do sorvete de chocolate (representa simbolicamente algo estragado, pois todos sabem que o gosto deveria ser outro;
• pessoa atravessando a rua na faixa de segurança, (representa simbolicamente o correto, caso contrário, pode acontecer um acidente);
• placa de sinalização para dobrar (representa simbolicamente o correto, caso contrário poderá acontecer um acidente).
Estamos acostumados com esses significados, mas não podemos negar que são meras convenções consagradas pelo uso em determinadas culturas.
ATENÇÃO: Dependendo da situação, um mesmo signo pode ser: símbolo, ícone e índice. Por exemplo a BALANÇA. Como símbolo da justiça, ícone balança representando a si mesma, indício de local de pesagem de alimentos num supermercado.