Simbólico na Imagem

 


Ao observarmos pinturas, esculturas, obras arquitetônicas e até mesmo ornamentos em objetos de uso diário como acessórios, seja qual for a época, é comum nos depararmos com as seguintes questões: o que esses objetos significam? O que se esconde por trás deles? Nem sempre as figuras e os adornos são claros ou perfeitamente “legíveis” em sua expressão.

Um objeto simbólico guarda algo mais do que seu significado imediato. O significado potencial de um símbolo é muito maior do que ele aparenta ser à primeira vista. Os objetos simbólicos possuem um poder além das palavras porque carregam uma variedade de significados que falam à alma, à mente e às emoções. Geralmente, o observador tem de supor um sentido oculto e procurar uma interpretação. Essa capacidade de representação é designada muitas vezes pela expressão de “conteúdo simbólico”.

O elemento simbólico na imagem é um valor implícito, um intermediário entre a realidade reconhecível e o reino místico e invisível da religião, da filosofia, da magia, estendendo-se, portanto, desde o que é conscientemente compreensível até o campo do inconsciente.

O mundo do simbolismo é dinâmico. Este mundo se expande enquanto o conhecimento e os costumes mudam, mas símbolos são o centro da sabedoria universal. Eles aparecem em mitos, lendas, tradições místicas, arte e literatura.

O homem, um ser simbólico, imerso em processos de intelectualização e racionalização das formas. Na concretização de imagens, reverbera suas experiências diretas com os fenômenos vividos, por meio de acentuações, exageros, distorções, reduções etc. Portanto, essas imagens traduzem ideias, valores, conceitos e seu próprio cotidiano repensado e ressignificado.

As imagens nas paredes das cavernas revelam um conhecimento que o homem construiu daquele mundo. Esse conhecimento, que é estético, veio muito antes da palavra. As imagens pintadas não se referiam somente ao que era visível naquele mundo, mas também ao invisível como instrumento de magia. Eles acreditavam que prendendo o animal pelo gesto da pintura das paredes das cavernas, estariam prendendo a alma deste animal, possibilitando então tornar-se uma presa fácil.

Nesse sentido, a imagem pode ser concebida como uma representação plástica, material ou aquilo que evoca uma determinada coisa por ter ela semelhança ou relação simbólica. A imagem pode ser produto da imaginação, consciente ou inconsciente. Pode ainda ser uma simples visão”. Não importa como a imagem apareça, ela sempre virá carregada de significados que podem ou não ser revelados.

A linguagem do inconsciente é a linguagem dos símbolos. Símbolos é a linguagem do oculto em seu mais puro sentido; eles revelam aquilo que está oculto, expressando uma realidade interior da qual raramente temos consciência, apesar da humanidade estar em contato com ela desde os tempos mais remotos.